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26/11/2014

Dear Matt,

Você me parece mais feliz, mais sorridente, há um tempo não te via assim, há um tempo não via teu sorriso, pelo menos não nos últimos tempos. Era eu a palhaça, era eu a exagerada, a animada, a que te amava. Eu era muitas coisas, e hoje não sou nada. E acho que foi por isso que não deu certo, um relacionamento é como uma novela, precisa-se de dois - não um, nunca um - protagonistas.
Ontem pela primeira vez em semanas, ouvi a nossa música. E como sempre fiquei imaginando como seria bom olhar nos teus olhos, e te dizer que não acabou, não para mim.
Eu me lembrei do que você me disse no dia em que partiu, do seu sussurro no meu ouvido, do seu abraço, do seu cheiro, eu lembro de tudo como se você hoje. Você me disse que eu ia superar tudo isso, pois eu sou forte. Mas vou te contar um segredo, eu não consigo ser forte, pois você era o motivo dos meus sorrisos, o que me motivava a acordar as 06:00 da manhã para ir ao colégio, você era meu porto seguro depois das milésimas discussões com a minha mãe. Você sempre foi a minha força, o que vou fazer agora que você se foi?

P.s: Dois, ainda, é melhor do que um.

Dear Matt,

Quando eu te vi pela primeira vez, eu tinha 10 anos, nunca vou esquecer. Matt, você implicou comigo desde do primeiro momento, nunca perdia uma oportunidade de me ver chateada ou gritando a plenos pulmões o quão infantil você era. Momentos como esse eu quero levar para sempre na memória, quando você ainda se importava, quando ainda valorizava o que tínhamos de mais bonito. 
Hoje, quando olho para você não consegui mais enxergar aquele garotinho que eu amei. Eu vejo uma pessoa cometendo erro atrás de erro, você pode dizer que é na intenção de acertar, mas eu digo que você está errado, só quer mais uma vez, mostrar para mim e para o mundo que não se importa, que não sente. O que é inútil, pois te conheço como a palma da minha mão, chego até a dizer melhor do que a mim mesma. Não quer que ninguém veja o que há de bom aí no fundo, eu sei que você é uma boa pessoa, mas não entendo porque tanto esforço para esconder. Eu só queria poder olhar para ti e ver aquele garoto bem-humorado. Aquele garoto que me roubou um beijo na frente da minha casa, correndo o risco de alguém pegar.
Eu te amei, Matt, e poderia continuar te amando, mas você vacila demais!

22/11/2014

Dear Matt,

Vou confessar algo muito constrangedor. Uma vez eu te liguei, numa noite de quinta-feira, ás 23:30, com número confidencial, pois eu queria te falar algo, eu lembro que nessa noite nós tínhamos discutido por ciúmes, daí o motivo da ligação, mas como a covarde que sou, assim que você atendeu, eu desliguei. Mas, agora que você não está aqui, ficou mais fácil explicar o motivo da ligação. Quero que preste bastante atenção, por que será a primeira e última vez que irei admitir isso. Você reclama dos meus ciúmes infundados - como você mesmo menciona. Diz que não há motivos para eu ficar insegura, que você só tem olhos para mim, mas o que você não entende é, eu nunca amei ninguém como eu amo você, eu nunca fiquei com borboletas no estômago, mãos suadas, gaguejando perto de nenhum outro, só você. Eu nunca tive um porto seguro. Alguém em que eu pudesse confiar cegamente. Alguém que me entendia, me apoiava e incentivava. Só você. Então, me perdoei se alguma vez eu te sufoquei, mas é por que eu nunca senti algo assim antes, e não sei lidar com esses sentimentos.
Espero que você compreenda minhas inseguranças. 

Dear Matt,

Há um bom tempo eu não te escrevo. Não esqueci de você, nem poderia. Mas, eu preciso dar continuidade a minha vida, preciso me ocupar com o meu futuro, com o que quero fazer, onde devo trabalhar, com quem me relacionar. Eu sinto que ainda estou presa a você de uma forma que nem em mil anos irei poder explicar. Porém, hoje é uma data diferente, há tempos eu não pensava em “nós”, e hoje quando vi sua publicação no facebook me deu uma balançada sabe? Algo dentro de mim se partiu mais um pouco. Você fez uma declaração linda, e eu pensei: bem que podia ser para mim! Mas não é. Eu acredito em destino, e quando algo dá errado, eu penso não era pra ser, e quando não é pra ser, nem há maior força de vontade faz com que dê certo, e foi assim com “nós” também. Eu reflito que se eu tivesse demonstrado mais, lutado mais, ter ido com tudo - sem parar para pensar nas minhas inseguranças - mas não, eu me deixei levar por medos passados e não me entreguei. Porém mesmo que isso tivesse acontecido não teria dado certo, por um único motivo; não adianta nada querermos muito algo quando não está destinado a acontecer. E eu sinto muito. 
E sentir muito ainda não é o bastante.